O objetivo de uma biópsia é colher material de uma lesão ou de um órgão do corpo para ser avaliado por um médico especialista. Dessa forma, é possível obter informações precisas sobre a natureza das lesões ou o grau de comprometimento de um tecido por doenças.
A biópsia percutânea, isto é, através da pele, é realizada sem necessidade de cirurgia. A utilização de métodos de imagem para guiar esse tipo de procedimento é um avanço que permite que as biópsias sejam realizadas com grande precisão e com menor risco, podendo-se detectar precocemente eventuais complicações durante o exame. Além disso, o acesso percutâneo pode ser realizado sob anestesia local, o que evita maiores riscos anestésicos, facilita a recuperação após o procedimento e não deixa cicatrizes como em uma cirurgia.
Como é feito o exame?
A biópsia percutânea pode ser guiada por qualquer dos métodos de imagem como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e, no caso da mamografia, por estereotaxia. A escolha do método depende de vários fatores, entre eles, a facilidade de identificar o alvo, simplicidade, disponibilidade e menor custo. O procedimento é realizado com anestesia local, que "adormece" a pele e todo o trajeto por onde a agulha da biópsia irá passar. O procedimento tem duração variável, dependendo do tipo de equipamento utilizado e das características da lesão.
O paciente permanece deitado na mesa de exame e segue as orientações da equipe que realiza a biópsia. Todos os procedimentos são precedidos da desinfecção da pele de acordo com os protocolos estabelecidos.
O número de fragmentos colhidos também varia de acordo com o caso. Quando necessário obter um maior número de fragmentos,é utilizado um sistema auxiliar para a biópsia, chamado "coaxial". Ele permite que múltiplos fragmentos sejam obtidos sem a necessidade de várias passagens através da pele, evitando desconforto e tempo prolongado de exame.
TIPOS ESPECIAIS DE BIÓPSIA PERCUTÂNEA
Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF)
Geralmente guiada por ultrassonografia, é utilizada principalmente em lesões da mama, tireoide e linfonodos.
Por intermédio deste procedimento é possível obter células de uma lesão que serão analisadas com o auxílio de um microscópio, pelo médico patologista. O exame é relativamente simples e rápido, quando realizado por médico treinado que, após realizar desinfecção da pele e anestesia local, introduz uma fina agulha até a lesão e aspira algumas células da região.
Tudo isso é feito com o controle preciso da ultrassonografia, em tempo real, para evitar complicações. Na sala de exame, o médico patologista confere o material para assegurar-se de que é suficiente para o diagnóstico e a análise exata é feita posteriormente.
Poucas são as complicações das punções por agulha fina. Pode ocorrer um pequeno hematoma local, tratado com aplicação de gelo. A maioria das reações, conduzidas com tranquilidade por nossa equipe, estão relacionadas à ansiedade com o procedimento e à resposta normal do organismo ao gesto.
Biópsia por Fragmento (CORE-BIOPSY)
A biópsia por fragmento ou core-biopsy, difere da PAAF no sentido de que neste procedimento são colhidos fragmentos de tecido ao invés de células. Também é um procedimento simples, porém um pouco mais invasivo do que a PAAF. Ele é utilizado quando a análise apenas das células de uma lesão ou órgão não é suficiente para diagnóstico, como ocorre em muitos casos de lesões mamárias, de próstata, órgãos abdominais, entre outros.
Para biópsias de estruturas superficiais, como é o caso da mama e linfonodos, a recuperação é rápida, podendo ocorrer um pequeno hematoma no local, tratado com aplicação de gelo e compressão. Para as biópsias prostáticas, hepáticas e abdominais, por exemplo, é necessário maior tempo de observação, além de repouso no dia da biópsia, pois eventuais sangramentos não são facilmente controlados apenas com compressão direta.
A core biopsy na mama pode ser feita guiada por ultrassonografia ou por estereotaxia digital, dependendo de por qual método a lesão é melhor identificada.
Fonte: Sonitec